quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ela se decidiu.

Depois de uma noite inteira revirando o travesseiro perfumado com o frasco que sua escrivaninha nunca viu, ela saiu.

Uma noite longa pra um pôr do sol que ficou sentado na montanha insistindo em existir, impedindo, existindo.

Pegou o salto mais alto pra elevar a sua dor e o caminho mais longo pra aproveitar todo sabor.

A cara de certezas disfarçam bem as noites mal dormidas.

O tango que não sai da mente compassa os passos incertos, alterados, embriagados.

Nos dedos as cinzas de um amor de papel, um prazer a mais ao léu.

Na boca o batom borrado, marcado, manchado, envenenado.

Hoje o sol não se pôs.

O tempo parou a vida

E você nem me permitiu falar de amor.